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No âmbito da apresentação do Plano Estratégico do Porto de Sines para os próximos dez anos o objetivo é colocar o Porto de Sines como uma referência na Península Ibérica.

Porto de Sines giza aposta estratégica no aumento de tráfego no hinterland ibérico

«O que pensámos foi: quais são, neste momento, os elementos determinantes para que o Porto de Sines se possa afirmar nessa grande dimensão. Pensámos em três grandes mensagens: a primeira é colocar Sines como um porto de referência na Península Ibérica, sendo um ‘porto para o mundo’. Fazer com que Sines tenha presença muito mais forte e mais robusta no seu hinterland, aproveitando as suas características específicas, a sua network e capilaridade com outros portos nacionais e internacionais», introduziu Álvaro Nascimento.

«A segunda foi pensar Sines numa lógica de um ‘mundo no porto’, sendo a ideia fundamental a de, ser capaz de capitalizar todas as oportunidades do hinterland mais próximo me oferece – neste caso, estamos a falar da ZILS e da ZALS – para que o porto não seja apenas um instrumento de escoamento de produtos e do abastecimento, mas também um agente ativo na promoção da centralidade que a ZILS e ZALS têm através do porto», prosseguiu. Finalmente, algo incontornável e indispensável nos nossos dias em qualquer estratégia de natureza portuária: se Sines faz hoje parte da rede logística quer ter uma capacidade de intervenção mais forte nessa rede, naturalmente nós esperaremos de Sines um porto com capacidade tecnológica e informática de topo, também preocupado com a vertente de sustentabilidade e com a coesão económica e social», detalhou.

«Vemos em Sines um porto capaz de compreender os interesses dos stakeholders, ser capaz de resolver conflitos de interesse e de encontrar os pontos de equilíbrio, ao serviço da região e do país», salientou Álvaro Nascimento, lembrando que o porto «tem um legado extraordinário que resulta de opções estratégicas feitas no passado». Um legado caracterizado «por um serviço de transbordo altamente eficiente e competitivo e por ser um ponto de conexão das redes energéticas. Trata-se de um legado de riscos mas também de oportunidades. Falo em risco pois tem um montante considerável concentrado nestes dois segmentos, apenas 12% do seu negócio é com o hinterland, o que significa que tem aqui um certo desbalanceamento», considerou, denotando que ambos os sectores estão «afetados por questões geopolíticas».

Podendo alavancar-se no «legado de conhecimento» e na sua capacidade de expansão (nos diferentes mercados), Sines «é o maior porto nacional e um dos maiores da Europa», apto a voos ambiciosos; «mas se lhe retiramos o transshipment e o sector energético, fica reduzido a uma expressão que é muito pequena quando comparada com os portos europeus», alertou, realçando a importância da diversificação de cargas e a conexão fluída e profícua com o hinterland. «Sines tem potencial para se transformar numa «grande porta de entrada e saída do hinterland ibérico», vincou, podendo ser, por via da aposta na intermodalidade e reforço da «centralidade e conectividade», ser uma «porta da entrada da fachada atlântica».

In Revista Cargo